quinta-feira, 28 de junho de 2012

Os Grandes Caem de Pé

A Selecção teve ontem uma despedida honrosa e com a dignidade das grandes equipas. Durante 90 minutos fomos superiores aos actuais campeões europeus e mundiais, asfixiando o poderoso meio campo espanhol fruto de uma pressão alta fortíssima que pagámos caro no prolongamento onde aí sim, a selecção espanhola foi bem superior.
Nos penaltis, os pequenos pormenores fizeram toda a diferença como a bola que vai à barra e ressalta para fora ou o pontapé de Fabregas que bate no poste mas vai para dentro da baliza.
A rapaziada regressa a casa de cabeça bem levantada e com a sensação do dever cumprido.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Italiano Vero

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O mundo ao contrario

Os deuses do futebol devem estar loucos.  A Italia, patria do catenaccio , encostou as cordas uma Inglaterra que praticamente apenas defendeu todo o jogo e acabou por justamente vencer nos penaltis.
Enorme Pirlo que tem feito um grande Euro

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Soberba exibição

Primeiro que tudo tenho que dar a mão à palmatória e reconhecer que não esperava uma prestação tão boa por parte da selecção.
Ontem assistimos à melhor exibição da era Paulo Bento onde foi notório mais uma vez o forte espírito de grupo e a atitude que permite ultrapassar as contrariedades como o excelente golo de Van Der Vaart.
Ronaldo fez uma exibição descomunal secundado por toda a equipa, com Nani, Moutinho e Pepe em especial destaque.
Tal como no Euro 2000, ultrapassámos o grupo da morte e a partir de agora tudo é possível. Teremos pela frente uma selecção que passou de ser goleada no primeiro jogo a apurar-se em primeiro no seu grupo.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A minha vénia para eles



Fantástica demonstração de apoio dos adeptos irlandeses com a sua equipa a ser goleada e a ser eliminada do Euro 2012.
Se fossem adeptos portugueses, teríamos insultos e lenços brancos...

Atracção pelo sofrimento

Do emocionante jogo de quarta feira retirei algumas ilações:

- Mais uma vez, enorme exibição de Pepe, um jogador sempre de máximo rendimento ao serviço da selecção. Nani e Coentrão estiveram igualmente a excelente nível.

- Irresistível a nossa atracção pelo sofrimento e pelo abismo. De uma segunda parte em que podíamos ter dilatado o marcador por diversas vezes, passámos para um empate comprometedor, salvo pelo oportunismo do Drogba da Caparica. Muito bom ver um humilde jogador da minha terra a decidir jogos no Euro 2012.

- Cristiano Ronaldo parece sofrer de um bloqueio psicológico enorme ao serviço da selecção que lhe condiciona bastante o rendimento.

- Agora no domingo estamos numa situação em que mesmo perdendo podemos passar ou em que ganhando podemos ficar pelo caminho. Como não acredito em facilidades alemãs, vamos ganhar o nosso jogo e ponto final

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Estranhos tempos estes


"Milhões de cidadãos na Europa e nos Estados Unidos estão a ser levados a tomar posições que favorecem objectivamente os mercados financeiros e, em particular, os agentes mais gananciosos da especulação, que em lugar de serem punidos pelos graves erros que cometeram estão a ser beneficiados, em prejuízo do cidadão trabalhador e contribuinte. Em especial, alguma esquerda, a área política que sempre defendeu o trabalho honesto como modo de vida e a solidariedade do estado para quem realmente precisa, está a contribuir para o contrário do que apregoa.
A influente revista The Economist, publicação com sede em Londres, crítica declarada do projecto do Euro desde o seu início, volta esta semana à carga contra a senhora Merkel, com uma capa muito sugestiva. Um desenho de um navio de mercadorias com o nome de Economia Mundial afunda-se em pleno oceano enquanto alguém grita da torre de comando – Podemos ligar agora os motores, senhora Merkel?
No artigo que resume o tema de capa, o articulista que nunca assina é muito claro – apenas a chanceler alemã tem a chave para recuperar a economia mundial e não está a querer usá-la.
A tese é a mesma de sempre – Berlim tem de mudar o foco da austeridade para o crescimento económico. A mesma conversa da Administração Americana e de todos os investidores, jornalistas e analistas que, do outro lado do Atlântico ou do Canal da Mancha criticam a Europa do Euro. Os mesmos que nunca viram a crise do sub-prime a aproximar-se e a financeirização da economia ocidental a dar cabo dessa mesma economia, a empurrar as empresas industriais para outras zonas do globo e a deixar um rasto de dívida insustentável em todos os recantos da nossa civilização.
Sejamos claros.
Defender mais gastos orçamentais para estimular a economia é defender a aposta na continuidade de uma procura interna baseada em dinheiro que o países não têm, que a economia não gera, que tem pouca ou nenhuma utilidade económica porque não é investimento orientado para uma procura espontânea mas sim induzida, logo insustentável e que, em rigor, vai aumentar ainda mais a dívida externa. Vai aumentar ainda mais o risco da banca, do Estado, das empresas em geral. Vai aumentar as taxas, e o montante absoluto de juros efectivamente pagos a quem nos empresta o dinheiro.
Esta formulação é válida para Portugal, para Espanha, para tália, para a França, para A Bélgica, para a Holanda – sim para a aparentemente rica Holanda, também altamente endividada – para o reino Unido e para os Estados Unidos.
O que Angela Merkel está a querer fazer, em larga escala, é cortar a dependência viciosa e fatal das economias em que vivemos em relação aos grandes bancos que nos intoxicaram de crédito. (Sim, os banqueiros fizeram o que os políticos lhes permitiram, ou lhes pediram, e por isso foram recompensados. Aliás, a recompensa surge muito frequentemente sob a forma de cargos nos governos, na banca internacional, nos governos outra vez, na banca… etc. Neste dossier, o expoente máximo é mesmo Washington).
O que Angela Merkel quer fazer é proteger o chefe de família trabalhador, cumpridor, pagador de impostos, sóbrio solidário e pouco endividado – o mesmo que as esquerdas juram defender.
Como escrevemos no artigo anterior (A Tragédia a acontecer e quase ninguém a ver…de novo), os mesmos financeiros que agora se guiam por algoritmos para continuar a ganhar com a queda dos devedores, depois de terem ganho biliões com a sua subida vertiginosa e alavancada, os mesmos que pulavam de conferência em conferência para denegrir o papel do Estado e exigir a sua saída da economia, são os mesmos que chamam o estado para resolver os problemas dos seus bancos quando a concessão irresponsável de crédito corre mal.
A reacção em forte alta dos mercados financeiros, esta segunda-feira de manhã na primeira sessão após o resgate público anunciado no Sábado aos bancos espanhóis é bem a prova desta hipocrisia.  Num ápice, um problema de 100 mil milhões de euros que estava nos balanços dos bancos espanhóis passou para os bolsos dos contribuintes de Espanha. E passará para os bolsos dos alemães se o país vizinho não puder pagar, situação que não é improvável. Mas os mercados financeiros aplaudiram – têm o problema dos senhor que neles mandam – os sacrossantos accionistas – resolvido.
Mas como dissemos, o problema apenas transitou de uns protagonistas para outros, mantém-se em Espanha e em, última instância, na Zona Euro. E por isso, os juros da dívida pública espanhola, que inicialmente desceram levados pela mesma euforia, já estão de novo a subir.
Parar com a alavancagem insustentável dos Estados, da banca, das empresas e das famílias é o objectivo de Berlim. Devia ser o objectivo de todos nós. Devíamos deixar de ser reféns de um sector que têm um objectivo nobre – disponibilizar às empresas dinheiro para desenvolverem negócios sustentáveis, que foi poupado por quem não sabe aplicá-lo em larga escala noutras actividades – mas que perdeu esse objectivo de vista e se transformou em financiador de ineficiências públicas e privadas para seu próprio benefício.
Continuar com programas de estímulo orçamental com recurso a crédito para financiar actividades que não têm procura natural nem são sustentáveis; deixar de fazer a mudança estrutural da economia de serviços de ficção em que nos transformámos; impedir que nos viremos para a indústria, para a produção de bens concretos mas que dão menos lucro a curto prazo; isso sim, é continuar o desastre económico em que temos vivido.
Mas é o que quer Wall Street e a City: que os contribuintes europeus paguem os desmandos dos bancos em risco; que os contribuintes europeus paguem as dívidas dos países que por culpa própria se endividaram; e que os governos europeus dos países que ainda não se endividaram perigosamente, como a Alemanha, gastem mais e se endividem ainda mais.
Assim se manteria o nível de rendimentos da City e de Wall Street. E assim se evitaria que a armadilha sobre a qual os maiores bancos de investimento do mundo estão sentados, o mercado OTC – Over the counter – ou mercado não regulamentado de derivados, fosse desactivada. Pois essa armadilha vai ter de ser desactivada. É um brinquedo demasiado caro e perigoso para o Mundo.
E aqui está como uma inocente defesa de mais investimento pelos Governos para evitar o agravamento da crise e dos despedimentos, uma simples crítica à austeridade e aos seus efeitos, se está a transformar na mais forte estratégia de defesa dos especuladores dos mercados financeiros.
Para quem pensa que não há esperança na austeridade, leia bem o boletim desta segunda-feira do Instituto Nacional de Estatística sobre o Comércio Internacional de Portugal:
Nos primeiros quatro meses do ano, a taxa de cobertura das importações pelas exportações já vai em 81,8 por cento! Há quantas décadas não acontecia isto?
E se retirarmos os combustíveis e lubrificantes da conta – a dependência do petróleo, o saldo da balança comercial já é positivo em 150 milhões de euros só nestes meses!
De facto, o que estava a matar a nossa economia não era só o défice público – eram também os centros comerciais!
É para acabar com esta notável mudança da nossa economia que os críticos da Austeridade lutam? É para continuar com a irresponsável aplicação de dinheiro e favorecimento injustificado de quem o empresta?
Estranhos tempos estes em que vivemos… em que a líder de um país que trabalhou e poupou enquanto todos os outros gastavam e se divertiam é acusada de estar a afundar a economia mundial!
Estranhos tempos estes em que Angela Merkel age seguindo os princípios da esquerda para defender os interesses das populações e é apontada como fascista, enquanto as esquerdas acabam por defender os ilegítimos interesses do neo-liberalismo que comanda a alta finança e criou a sociedade mais desigual de que há memória, concentrando a riqueza em um por cento e deixando as dívidas nas mãos de 99 por cento dos cidadãos!"
José Gomes Ferreira, editor de economia da SIC

terça-feira, 12 de junho de 2012

Toda a gente mente

"O descalabro da banca espanhola é uma vergonha de regime. Pela construção de um mito. Pela cumplicidade público-privada num delito. Pelos lucros passados de uns na inexacta proporção dos prejuízos futuros de outros. Pela negação. Pelo contágio. Pela mentira. Toda a gente mente. Toda a gente mente à mesma gente: ao contrib... ao povo. 

Hoje temos o direito de falar do que se passa na casa dos outros. Porque a casa dos outros está hipotecada e nós pagaremos a serventia. Nós, os "europeus". Qual é a diferença entre a Grécia ter mentido nas contas públicas e bancos espanhóis terem mentido nos balanços? 

O problema espanhol é mais parecido com o irlandês, porque é bancário, do que com o português, que dos dez possíveis problemas não tem nenhum gigante mas tem todos ao mesmo tempo. Em Espanha, o mal nasce numa relação conjugal não vigiada entre "cajas de ahorro" e poderes políticos regionais, a par de uma bolha imobiliária de que todos participaram - e lucraram: bancos no crédito, construtoras no negócio, imobiliárias na colocação, Estado nos impostos, partidos sabe-se lá no quê, Governo nas estatísticas do PIB. 

Há pelo menos dois anos que a bolha imobiliária e os seus efeitos eram visíveis. Mas Espanha fez tudo mal entretanto, com o anterior Governo, de Zapatero, a adiar o problema e com o novo Governo, de Rajoy, a perder o controlo da sua resolução. O que podia ter sido contido às cajas pode agora contagiar os maiores bancos (Santander, BBVA e La Caixa não estão dependentes destes cem mil milhões). Pior: pode contagiar a dívida soberana.

O que é diferente da Irlanda é a solução. A Irlanda nacionalizou o prejuízo dos bancos, o que se tornou défice público; em Espanha tenta-se colocar um cordão de segurança à volta da banca, emprestando-lhe cem mil milhões, que serão dívida pública. O objectivo é impedir que o problema da banca se torne um problema do Estado. Mas é claro que estes cem mil milhões são parte de um resgate a Espanha. Inclui um programa de austeridade não escrito mas já em prática. E colocará bancos espanhóis debaixo da supervisão do BCE.

Esta pode ser uma das grandes consequências desta crise espanhola: o salto para a união bancária na Europa. Uma união em que abrir conta em Lisboa, em Madrid ou em Berlim seja igual. Uma união em que o Banco Central Europeu comande a supervisão bancária. O Banco de Espanha sai mal, sai muito mal desta história. Até porque o Governo de Rajoy o desautorizou, ao deslocar a auditoria ao sistema para o Ministério da Economia. 

Os bancos europeus não vão mais ganhar dinheiro como até aqui, vão passar por fusões, extinções, vão reduzir o número de balcões, o número de empregados, o endividamento, os activos, os balanços. Nós sabemos: estamos adiantados nisso em Portugal. 

Um parágrafo para Portugal: o bom aluno tem razões para sorrir. O processo de capitalização está a concluir-se e os bancos chegarão ao Verão com os rácios de capital mais altos da Europa. Falta saber que parte é pública e que parte é privada mas isso são contas para outro editorial. Mais: dos 12 mil milhões disponíveis, estão para já comprometidos um máximo de cinco mil milhões (para o BCP e BPI; admite-se 500 milhões para o Banif). Sobrarão pelo menos seis mil milhões como seguro para eventuais necessidades. Ministério das Finanças e Banco de Portugalnão agiram sempre juntos, mas não agiram ainda mal. 

De Espanha o problema não será financeiro, mas económico: as nossas exportações. O contágio não é a ocidente mas a oriente de Madrid. É para lá dos Pirineus. E dos Alpes. É os maiores bancos espanhóis perderam acesso a financiamento, caso em que cem mil milhões não bastam; é a Espanha não ter taxas de juro acessíveis, altura em que a pressão para a mutualização de dívida na Europa se torna inadiável. Rajoy não foi ontem ver futebol àPolónia porque está despreocupado. Foi porque quer parecer que não está desesperado.

"Parem o jogo da culpa", disse Bob Diamond, presidente do Barclays, há ano e meio. É cedo. Quando dizemos que a banca capturou a política é disto que falamos. De repúblicas de devedores e monarquias de credores. De financeiros que sabem tudo embalarem políticos que não sabem nada. E de uns e outros terem o supino descaramento de acusar aqueles que pagam os seus erros de iliteracia financeira. Sim, aqueles que estoiram os orçamentos futuros, tapados com austeridade e que destapam falências e desemprego, são os que chamam o povo de ignorância financeira. É lindo.

A crise é bancária. Metastizou-se em crise soberana. E ambas são suportadas pelos "europeus". Por nós. Só numa democracia doente é que mentir a instituições europeias, como na Grécia, é mais grave que mentir ao povo, como em Espanha. A banca será ajudada. E nós, que lhes dizemos? Nada. Já dissemos tudo um outro. Já escrevemos tudo o que havia a escrever. Falta sofrer. Como é que se regressa do abismo? "


Pedro Santos Guerreiro no Jornal de Negócios

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O que esperar do Euro 2012?

- Pessoalmente acho o Europeu de Futebol uma competição bem mais interessante que o Mundial, daí que encare com grande expectativa o Euro que se vai iniciar hoje por volta da meia noite. Só num Europeu, podemos ter numa primeira fase, jogos de grande calibre como um Alemanha-Portugal,Espanha-Itália, França-Inglaterra,Alemanha-Holanda etc.

- Quanto à  nossa selecção tenho reduzidas expectativas pois parece-me que temos a equipa mais fraca dos últimos 15 anos  diante de um grupo temível em que as restantes selecções já se sagraram campeãs europeias. Surpreendam-me rapazes que eu direi com todo o gosto que estava enganado.

- É incrível o descaramento do Manuel José que numa nova postura de defensor dos pobres e oprimidos tem mostrado todo o seus ressabianço e a vontade de ocupar o lugar de Paulo Bento.

- Para mim, as grandes surpresas deste Euro irão ser a França e a Rússia. Não ficarei nada admirado se vir os gauleses chegar à final.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Uma barbárie

O presidente ucraniano ordenou o abate de 60 mil cães e gatos para que o seu país oferecesse uma melhor imagem ao fãs de futebol que o irão visitar durante o Euro. Uma vergonha levarem estas competições a estes países sem o mínimo de condições, onde predominam comportamentos racistas e em que se cometem estas atrocidades contra os animais